AUGUSTO PESTANA
Na década de 1890 o Governo brasileiro começou a abrir estrada de ferro que ligasse Angra dos Reis (mar) até Goiás (coração do Brasil), passando por Barra Mansa. A construção desta ferrovia desbravou matas, escavou rochas, subiu montanhas e chegou ao ponto mais alto da Mantiqueira, na Freguesia de Livramento, atual município de Liberdade. Ali a obra foi lenta devido a rochas, terreno acidentado, abertura de dois túneis, erro de traçado que originou a “linha perdida” que deveria passar dentro do distrito de Liberdade. Demorou anos e atraiu empreiteiros, trabalhadores e famílias que foram se fixando nas redondezas.
Em 1915 foi inaugurado, no alto da serra, um prédio para estação que recebeu nome homenageando engenheiro AUGUSTO PESTANA. Assim se formou o povoado que progrediu e tornou-se ponto de comércio forte!. Dois trens diários ligavam Lavras a Barra Mansa e faziam parada ali para embarque e desembarque de passageiros ou cargas, fazendo ligação por estrada de terra com Liberdade e Bocaina de Minas.
Entretanto, faltava um local onde a população pudesse se reunir para praticar sua religião. Então, abastado morador, em 1946, construiu para si e sua família uma capela em honra a Nossa Senhora Aparecida e, mudando-se para Barra Mansa, entregou o templo para a Paróquia de Liberdade. A partir de então, a população passou a ter maior atendimento religioso, com celebração de missas e ministração de sacramentos.
Certo dia, a decepção chegou por um dos trens: a ordem da Rede Ferroviária extinguindo o transporte de passageiros no trecho. De tal modo, muitas pessoas foram embora. O movimento comercial acabou e a população restante teve de buscar trabalho em outros lugares. Porém, permaneceu firme no povo da velha Augusto Pestana a fé que anima e a devoção a Nossa Senhora infundindo nas pessoas o sentido de pertença àquela comunidade que, unida às outras, ajuda a formar a Igreja. Atualmente, a capela está melhorada e anexou-se a ela um espaço coberto para facilitar realização de leilões ou confraternização pois, embora a população local tenha diminuído, o lugarejo recebe com alegria visitantes da vizinhança para missas, festas ou celebrações. Com especial devoção e animação, o povo tem gosto de celebrar a cada ano a Festa em honra à padroeira. No dia a dia, líderes e coordenadores continuam trabalho missionário de ministrar catequese e formar sua boa gente na vivência dos ensinamentos cristãos.