COMUNIDADE NOSSA SENHORA APARECIDA
Igrejinha
De acordo com o Decreto episcopal que elevou à condição de Arquidiocesano o Santuário Senhor Bom Jesus do Livramento, este e a igreja-matriz se fundem num só templo. Em conseqüência, destina-se a romeiros e fiéis em geral, forasteiros ou paroquianos. Assim sendo, tanto quanto as demais comunidades, as pessoas residentes no centro devam ter seu lugar próprio, sua sede para se reunir e celebrar sem, entretanto, deter o privilégio de utilizar o Santuário como sede de suas atividades comunitárias.
Por isso que o organograma da Paróquia destina para sede da “Comunidade Centro” a acolhedora igrejinha dedicada a Nossa Senhora Aparecida, construída sobre pequena colina donde se pode espiar o nascer do sol e a altivez da Matriz-Santuário, à direita. Essas duas igrejas compõem bonito cenário; vistas de longe, parecem irmãs... de idades diferentes, ambas bonitas e colorida por dentro.
Entretanto, na prática, a igrejinha que guarda em pequeno trono uma imagem de Nossa Senhora, Mãe, aparecida nas águas, é lugar de aconchego de todos. Reúnem-se ali, a cada manhã de domingo e em ocasiões especiais, cristãos de todos lugares, tanto da cidade quanto da zona rural ou visitantes. Parece mãe acolhendo os filhos em sua casa, sem fazer distinção de nenhum. Todos iguais. Assim sendo, a “comunidade centro” se dilui entre as demais e com todas convive e age, em fraternidade plena! Melhor assim!
Todavia, a capela Nossa Senhora Aparecida tem história peculiar. João Domingues de Sampaio, abastado construtor nascido em Bocaina de Minas e radicado no Livramento decidiu construir para uso particular de sua religiosa família (atitude comum, naquela época) uma capela que se assemelhasse à primeira “igreja velha” de Aparecida do Norte. Em 1930, com recursos próprios, projetou e ergueu o templo, com altares laterais em honra a São João Batista, seu protetor, e outro a Santa Rita, a preferida de sua esposa Rita de Cássia. Ornada com duas torres, diferenciava-se da igreja Matriz que tinha nenhuma. Depois da morte de João Sampaio, a capela ficou desativada e fechada ao povo durante anos. Só em 1961, no segundo dia da “Festa de Setembro”, Dona Ritinha, como era chamada, e seu novo esposo decidiram transferir e entregar em caráter definitivo à Mitra de Juiz de Fora a posse do terreno, da capela e de tudo que dentro dela existisse. Participaram do ato de recebimento, em Cartório, o 1º Arcebispo de Juiz de Fora, Dom Geraldo Penido, o pároco, Pe. Antonio Maria de Castro e o ecônomo Pe. Wilson Guetti, todos falecidos.
No ano 2015, regularizou-se oficialmente a propriedade em nome da Mitra Arquidiocesana de Juiz de Fora mediante ação de usucapião com sentença registrada na Comarca de Aiuruoca. Conclui-se que, no dia a dia, a “igrejinha” de Nossa Senhora apenas simbolicamente é a sede da “Comunidade Centro” porque, na verdade, é nela que os devotos todos têm gosto de cantar pedindo à Virgem, Mãe Aparecida, que estenda seu olhar sobre o chão da vida e sobre os lares de cada família e lhes dê a paz e o amor que vem do bom Jesus!
Texto: José Cunha de Campos
Fotos: Paroquia Senhor Bom Jesus do Livramento