MATO VIRGEM
Poucas pessoas que moram no “Mato Virgem” se lembram dos tempos difíceis dali; casas feitas de adobe, cobertas de capim ou telha canal, sem energia elétrica. Faltava assistência social e religiosa. Não havia capela nem celebração de Missas. Apesar disso, no aglomerado de moradias de gente alegre, a vida corria sossegada! Os homens tocavam a labuta diária, principalmente em empreitadas rurais, e as mulheres cuidavam da família.
Por volta de 1975, foi construído na estrada velha para Arantina, um “grupo escolar” (já demolido). A partir de então as lideranças religiosas formaram grupos de oração e passaram a usar aquela escola, por empréstimo, para fazer celebrações de Culto e Palavra, estudos bíblicos e catequese. Mas eram movimentos que, apesar do esforço dos líderes e da presença de animadores até de outras localidades, não conseguiam dar ao povo o esperado entusiasmo na caminhada cristã. Aí, veio o grande impulso, a força abrasadora que só a luz divina dá: em 1984, o pároco de Liberdade promoveu “Santas Missões” pregadas por padres Redentoristas, dentre eles um seminarista que se tornou Bispo auxiliar de Aparecida. Aproveitando o entusiasmo que os pregadores incutiram nos fiéis, o pároco passou a celebrar missas com mais frequência e coordenadores reavivaram atividades, em sintonia com a Igreja. Era o início da verdadeira comunidade organizada, ou seja, aquela que se reúne como irmãos para partilhar palavra, pão e vida!.
Apesar disso e sendo longe o grupo escolar, o povo desejava uma capela, mais perto. Zeloso casal coordenador passou a utilizar sua própria residência e espaço externo dela para encontros de catequese e celebrações da Palavra ou de Missas. Esses voluntários se mudaram para a cidade mas continuaram engajados na luta dos moradores com a preocupação de arranjar um lugar para o culto. Na década de 1990, em terreno doado por caridosa benfeitora (já falecida), começou a ser construída igrejinha dedicada a São José. Mais tarde, com apoio da Paróquia e do povo, a capela foi melhorada; ao lado, construiu-se cômodo para cozinha, sala de catequese e atendimento social. Tudo para facilitar a vida dos moradores das quase 50 casas que, hoje, com telhados novos, parabólicas reluzentes, garagens e jardins bem cuidados, enfeitam o lugarejo nascido há tantos anos, guardião de recordações de seu bonito passado. Sua alegre festa anual é celebrada no mês de junho.