PATRIMÔNIO
Vasta região conhecida há mais de 100 anos como “Patrimônio” e habitada, ainda hoje, por pessoas religiosas, teve parte de suas terras cortadas e até mesmo propriedades demolidas para abertura da rodovia BR-267 (trecho Caxambu a Juiz de Fora) cuja conclusão aconteceu em 1976. Seus habitantes tinham dificuldade para se deslocar até à cidade de Liberdade devido à distância e precariedade de caminhos. Além disso, não acontecia atendimento pastoral. Vez ou outra algum fazendeiro convidava o padre da paróquia para “celebrar uma missa” em sua residência aproveitando-se esse sagrado momento para se dar “primeira comunhão” às crianças catequizadas “em casa”. Era costume, depois de viajar horas a cavalo, o sacerdote chegar de véspera e pernoitar na sede das fazendas (algumas não existem mais) até mesmo para atender confissões. No dia seguinte, o alpendre ou varanda se transformava em altar e o povo contrito e piedoso rezava no seu modo simples! Em velhas fotografias, é possível se ver pessoas com joelho em terra; homens descalços, porém com paletó e chapéu na mão. Era a maneira respeitosa de “ir à missa”; gente boa que não entendia a linguagem do latim mas orava com alma e confiança.
Durante longo tempo, “Fazenda Patrimônio” foi sede de escola primária na qual havia catequese para os alunos. Mas o povo sentia necessidade de ter um lugar apropriado para oração e celebrações com participação de moradores dali e da vizinhança. Foi assim que piedosa senhora, dona da fazenda, pediu aos filhos que construíssem uma capela em louvor ao mártir São Sebastião. Faleceu em 1986, mas a família cumpriu seu desejo: com festas, leilões, doações e apoio de pessoas dos municípios de Liberdade, Arantina, Bom Jardim e outros fizeram a sonhada capela. Ficou pronta dois anos depois, sendo abençoada e entregue à Paróquia. Estava, assim, organizada a “Comunidade Patrimônio” que se juntou às outras comunidades que formam a numerosa “Família Bom Jesus”
O ensino religioso ministrado na escola passou a ser feito na capela. Até casamento ali já se celebrou. Dedicados leigos da comunidade não se descuidam da animação pastoral, das rezas populares e de projetos do ano litúrgico. Reúnem-se mensalmente para celebrar a Palavra ou participar da Santa Missa. Em fevereiro, a Comunidade acolhe cavalgadas e visitantes para sua animada festa anual em louvor a São Sebastião; não falta leilão, música e alegria da convivência com tantas pessoas vindas de outros lugares.