PIEDADE

23/10/2015 12:00

    Em suave descampado, margeando a rodovia para Bocaina de Minas, desponta bonita e vistosa igrejinha enfeitando aquele lugar tranqüilo, conhecido como  “Piedade”, mesmo nome do ribeirão  que desce serpeando e cantando pelo vale para se juntar ao  seu vizinho  rio Grande.  Solitária mas alegre, nasceu por uma causa inusitada!.  Pavorosa enchente ocorrida na região, em 1948, ceifou a vida de dois cavaleiros só encontrados dias depois; improvisou-se,  ali mesmo, cemitério para sepultamento deles. Comovidos, alguns cidadãos promoveram,  lá,  a construção   de pequena  capelinha.
    A  obra  deu fruto, pois o povo começou a utilizar aquele local  para reza de terços. Por volta de 1970,  se transformou em  lugar para  catequese, estudos bíblicos, celebrações da palavra e de alguma missa durante o ano, tudo motivado pelo “fogo novo”  incutido  na alma dos católicos  pelo Concílio Vaticano II  e devido à dedicação  de zelosa professora municipal, verdadeira discípula-missionária  cujo nome a  Paróquia  toda  conhece  (e Deus, mais ainda!)
    Na  década de 1980, equipe de voluntários começou a melhorar a capela e, após muito sacrifício e  superação, foi reinaugurada  e abençoada por padres Redentoristas durante  missões pregadas em meados de julho de 1984. Trabalho abençoado, alegria de todos! Foram aquelas Santas Missões o marco oficial  da  instituição da “Piedade”   como “Comunidade”  organizada,   agregando entre si,  como células  vivas, também os católicos de Taquarussu,  Carrascal, Zé de Deus,   Rio Grande  e  vizinhança.  A  “Comunidade Piedade”  se engajou na preocupação da Igreja de implantar rede de comunidades.  Para isso, contaram e contam  com entusiasmo  dos  padres da Paróquia,  formados à luz do Concílio Vaticano II.  Juventude despertada, catequese renovada,  sacramentos  vivenciados,  dízimo  partilhado...  
    No correr do tempo,  Coordenadores cuidaram  de melhorar o acolhimento; foram feitos banheiros e galpão para festa e leilões;  o templo ganhou vistosa torre. A aparente solidão da Capela desaparece  durante Missas no primeiro domingo de cada mês e, principalmente, no de MAIO  quando acontece a FESTA  anual  homenageando Nossa Senhora da Piedade. Nesse dia, a colina descampada se enfeita de carros e de gente  de tantos lugares, “de longe  ou  de  perto”  e  a  capela se engalana.   O sino  novo  canta   convidando  para  celebração  do “mistério da fé”. Amigos  se confraternizam e dividem alegrias! O povo vibra! Depois, o silêncio  da noite volta a  abraçar  a capela e  na  manhã seguinte  a vida continua!!