SERRA DA GARÇA I
Serpeando pelos morros, velha estrada de terra batida sobe e desce lentamente... Ali, uma casinha branca; lá, uma fazenda de telhado vermelho; além, mais moradias; ao longe, o azul das montanhas distantes. No meio do caminho, antes que a estrada se esconda para adormecer no pé da serra, aparece uma igrejinha alegre, recém construída, que, vista pelos fundos, lembra um lugar que convida a descanso e paz, como se vê em fotografia que ilustra este texto. Trata-se de capela dedicada à “Sagrada Família”, a nova sede da Comunidade “Serra da Garça I ”, desejada durante anos pelos moradores.
As famílias mais antigas dali aprenderam, na luta do dia a dia, a colocar a religião em primeiro lugar; vieram passando de pai para filho o amor aos ensinamentos cristãos. Havia no lugar apenas uma pequena gruta construída por iniciativa de batalhadora professora primária municipal que durante muitos anos lecionou em sua própria residência onde também era catequista e conselheira do povo. Animada, a comunidade se reunia nas casas para reza do terço, orações em família, estudos da Bíblia ou atividades missionárias. No decorrer do tempo, o Poder Público construiu, ao lado do “campo de bola“, um Grupo Escolar que a Comunidade passou a usar, por empréstimo, para catequese, celebrações e Missas. Apesar disso, o povo não desistiu de ter seu lugar próprio para práticas religiosas e, depois de anos de persistência e trabalho, a capela ali está... graças ao empenho da Coordenação e dos moradores e da colaboração de muitas pessoas despreendidas. Depois de anos, tem a Comunidade seu ponto de referência e elo de ligação de sua boa gente, discípula-missionária, com a Santa Mãe-Igreja. Celebra-se com ardor sua festa anual no dia dedicado à Sagrada Família (1º domingo depois do Natal)
Tem a Serra da Garça como característica o fato de boa parte de seus moradores serem parentes entre si; nasceram de raízes que se desenvolveram e deram frutos que se espalharam por muitos lugares. Quem ali permaneceu procura fortalecer a Comunidade, amparando-se nos ensinamentos bíblicos e na vivência dos sacramentos.
Enquanto seu povo caminha, a Serra da Garça, garbosa, lá do alto, conserva conhecido patrimônio natural de seu povo: uma f o n t e da qual, dia e noite, brota cristalina “água santa” que muita gente da vizinhança gosta de buscar na Sexta-Feira da Paixão e de agradecer, com Missa, em maio (festa da Santa Cruz).