Sua importância nas paróquias
PASTORAL DO ACOLHIMENTO
Sua importância nas paróquias
A acolhida amorosa de Jesus, no seio de Maria, como um jubiloso dom de Deus, nos convida a imitá-la acolhendo bem os nossos irmãos na fé.
Nas igrejas, a Pastoral da Acolhida é um trabalho de acolhimento aos irmãos para que possam se sentir melhor nas missas e encontros. É preceito bíblico: “Acolhei-vos uns aos outros, como Cristo vos acolheu para a glória de Deus” (Rom. 15,7). É importante preocupar-se em passar a imagem de comunidade feliz e acolhedora. Acolher bem as pessoas que vêm à nossa Igreja as ajuda a participarem com mais intensidade e alegria da Santa Eucaristia e consequentemente voltarem para casa mais felizes e agradecidas, com a sensação de que continuar participando faz bem.
A missão da Pastoral consiste em acolher com amor e dedicação os participantes das missas dominicais. Esse acolhimento começa na porta da Igreja, com uma breve saudação a paroquianos ou visitantes; deve-se ajudar as pessoas a se acomodarem, dando-se maior atenção aos idosos, gestantes, portadores de deficiência; socorrer em caso de mal-estar ou outras dificuldades. A equipe da Acolhida também cuida de entregar material de divulgação ou de interesse da paróquia, prestando informações ou ajuda necessária para o bem-estar dos fiéis e a ordem básica durante as funções litúrgicas. Com esse conjunto de atividades, o objetivo da Pastoral é proporcionar clima de bom entrosamento entre os participantes da missa e melhor condição para uma celebração mais confortável, alegre, séria e orante. Acolher alguém na Igreja tem um sentido especial: o acolhimento cristão é carregado de uma grande profundidade. Em resumo, é receber bem, ir ao encontro, aproximar-se, buscar, convidar, caminhar junto… Acolher as pessoas é se preocupar e se importar com elas, mostrar a importância da presença delas e fazê-las se sentirem valorizadas!
Acolhimento é um serviço evangélico que se presta à comunidade e por isso deve ser disciplinado com base na palavra de Deus que motiva e anima os acolhedores a desempenharem um bom trabalho de pastoral. A atitude de acolhimento evangélico requer transcendência, sensibilidade, espontaneidade e, acima de tudo, disponibilidade para atender de forma criativa as pessoas. Isso é uma essência do acolhimento. Acolher é um gesto de amor e carinho. O povo vai onde se sente bem e ali permanece. A comunidade deve estar aberta a essa nova realidade; hoje não adianta mais somente fazer as coisas dentro da Igreja, é preciso sair, ir ao encontro, ouvir. Saber ouvir também é evangelizar. O ato de acolher exige da parte de quem acolhe, doação, respeito e amor (Amar o próximo como a si mesmo).
Algumas regras básicas do acolhedor precisam ser observadas:
a) Não há necessidade de se estender a mão a todos, somente aos mais íntimos, principalmente para não atrapalhar a passagem das pessoas; um sorriso ou uma palavra de acolhida já é suficiente;
b) Tratar a todos com respeito, cortesia e delicadeza;
c) Conduzir até aos bancos pessoas idosas ou que precisem de ficar assentadas;
d) Ajudar a identificar pessoas que estejam de passagem ou visitando a paróquia, para serem apresentadas à comunidade;
e) Falar ou orientar sempre em voz baixa;
f) Tratar as pessoas por “senhor” ou “senhora”;
g) Evitar risadas no interior da igreja;
h) Vestir-se com roupas formais e discretas.
Para o Acolhimento ser eficiente, deve-se estar sempre atento a todos os movimentos e atos ocorridos antes e durante a missa. É comum pessoas sentirem vergonha de pedir informação, orientação e auxilio. Um acolhedor atento notará desconforto das pessoas e deve se antecipar para oferecer ajuda. Uma boa Pastoral de Acolhimento deve, no decorrer do tempo, criar um canal de comunicação com os paroquianos para que todos se sintam como se estivessem em casa e com os visitantes para que tenham vontade de voltar.
A Pastoral da Acolhida é um sinal de amor da própria comunidade, por isso, a pessoa que assume este ministério deverá cultivar virtudes pessoais que a ajudem a ser simpática e acolhedora. Esta Pastoral pode realizar um belíssimo trabalho numa paróquia. Quem não gosta de ser bem acolhido, principalmente numa igreja ?!?
A acolhida antes de ser uma tarefa é uma atitude que brota do coração que deve estar pronto para acolher e de escutar; deve ir sendo cultivada a cada dia, como testemunho cristão num mundo que vive o isolamento e individualismo.
Somos chamados a sermos pessoas acolhedoras nas condições normais da nossa vida, a partir daquilo que somos e fazemos. A atitude da acolhida sempre esteve presente nos ensinamentos de Jesus e nas primeiras comunidades. São gestos que devem ser alicerçados no respeito e realiza-se mediante diálogo aberto, que valoriza a experiência do outro e o ajuda na sua busca, sem julgar, sem condenar, nem se impor. Como nos relata o livro dos atos dos apóstolos: “Eles eram perseverantes em ouvir os ensinamentos dos Apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações” (At 2,42). Essas características que encontramos na primeira Comunidade Cristã não ficaram apenas do passado. São atuais na medida em que forem encontradas nas comunidades de hoje. Como seria bom se pudéssemos ouvir o que os primeiros cristãos ouviram daqueles que os observavam com admiração: “Vede como eles se amam” (Atos 2).
A Igreja e a humanidade tem urgência de uma cultura da acolhida.
A redatora deste texto se dedica à Pastoral do Acolhimento no Santuário Arquidiocesano Senhor Bom Jesus do Livramento, na paróquia de Liberdade, da Arquidiocese de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Ali, o trabalho de pastoral do acolhimento é feito nas missas dominicais, sempre às 10:00 horas (missa dedicada de modo especial a romeiros, peregrinos e visitantes) feita pelas crianças da paróquia, com toda sua inocência e pureza de coração. No final dessas missas os visitantes são apresentados à comunidade e recebem bênção especial. No último domingo de cada mês a participação destas crianças é maior, pois além da acolherem as pessoas nas portas do Santuário elas atuam também na liturgia, na função de leitores, salmistas e cantores.
São os pequenos evangelizadores com a Paz de Jesus e o Amor de Maria.
(Texto: Maria de Fátima Aquino Carvalho)