“Uma Basílica para a Arquidiocese de Juiz de Fora”

18/09/2018 10:51

Uma Basílica para a Arquidiocese de Juiz de Fora

     Conta a tradição que, há mais de trezentos anos, era repleta de aflições a vida nestas plagas bravias do maciço da Mantiqueira que se estendia até à região do Livramento que, mais tarde, mereceu o nome de Liberdade.

    Para enfrentar labutas e infortúnios, a fé animava o povo a buscar alívio na devoção a uma pequenina imagem, de não mais que quarenta centímetros, de origem desconhecida, que ficava aconchegada em modesta ermida de taipa, dedicada a Bom Jesus do Livramento.

    Crescendo o número de devotos, moradores e imigrantes, aquele povo do século XVIII caminhou na história ampliando sua capela até chegar àquela construída em 1785 cuja data está insculpida no alto da porta principal da atual igreja. Ao mesmo tempo, a população desejava ardentemente ter uma imagem votiva maior, adequada à amplitude da nova capela. Pela fé e oração, conseguiram porque apareceu no arraial velho carpinteiro, desconhecido e com aura de mistério, oferecendo-se para concretizar o sonho dos moradores. Pediu que lhe conseguissem um cedro inteiriço e começou a trabalhar num cômodo fechado. Passados três dias, abriu-se o quarto e lá se encontrou - não o carpinteiro - mas o fruto do seu miraculoso trabalho: em tamanho natural de um homem, uma imagem de perfeição anatômica e expressão dramática de beleza incomum, cujo mistério de sua existência na cidade de Liberdade constitui privilégio e graça especialíssima para o povo da vasta região do sul de Minas, conforme descreveu Padre Elias José Saléh Filho, pároco durante vinte anos.

    No decurso do tempo, a Igreja-Matriz recebeu sucessivas adaptações vindo a merecer, como lugar de peregrinação, a honra de Santuário local (em 1971) e Santuário Arquidiocesano (em 2005), por beneplácito dos arcebispos Dom Geraldo Penido e Dom Eurico Veloso. Agora, no Século XXI, esta mesma Igreja que abriga a imagem de Bom Jesus do Livramento recebe o honorífico presente da concessão do título de BASÍLICA MENOR com instalação de símbolos e insígnias que ornarão seu presbitério.

    Ao pedir ao Papa Francisco esta honrosa distinção, o Excelentíssimo Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antonio Moreira, amparou-se em três aspectos do templo: o litúrgico, o eclesial e o artístico, destacando-se em primeiro lugar a antiquíssima veneração à imagem de Bom Jesus do Livramento.

    Neste 14 de setembro de 2018, três séculos de caminhada desaguam num tempo novo! A obliteração ou o lançamento de SELO comemorativo marca o memorável acontecimento e registra o primeiro dia em que se planta no seio da Arquidiocese de Juiz de Fora mais uma BASÍLICA para o Mundo, consumando-se “ad aeternum” especial vínculo diretamente com a Igreja Romana e o Sumo Pontífice, Papa Francisco.

 

Pe. Ivair Carolino
Reitor